Esses dias a Flávia compartilhou no Facebook um link pra uma lista de coisas que você não precisa fazer. Essa lista envolvia todas aquelas coisas que parece que a gente tem obrigação de achar o máximo só porque o resto da sociedade acha – como yoga, refrigerantes diet e drinks com leite condensado.
Por nós sermos mulheres, tem mil atitudes que a sociedade espera, que os blogs de moda dizem que são legais e que a gente acaba fingindo que curte mesmo sem pensar se gosta tanto assim. Dúvida? Eu fiz uma lista de coisas que talvez você nunca tenha pensado se gosta, quer ou precisa mesmo.
– Querer emagrecer: parece que não é aceitável se não quiser emagrecer uns quilinhos ou não estiver fazendo uma dieta incrível . Olha, amiga, se você gosta do que vê no espelho, se você não tem problemas de saúde com sua alimentação… Não precisa fazer a louca que ama comer chuchu e a aula de jump. Fica de boa, comendo o que você gosta e gastando seu tempo com o que você ama.
– Fazer a ginástica da moda: esse mês é circo-aeróbica, mês que vem é yoga politântrica, no outro é pilates sueco… Olha, se você encontrou uma atividade física que ama, faz ela. Se não, procure outra. Ou não procure, você não é obrigada. E não é porque todo mundo disse que se encontrou durante a posição Ragatanga transversal em lótus que você tem que agir como se estivesse perdida.
– Se depilar inteira: ai você é brasileira, so do the brazilian wax! Não, amiga, cê num é obrigada. Isso dói, pode queimar e ainda causa estrias. E, olha, tem que ser muito babaca pra te rejeitar por isso. E sabe o que eu descobri na vida? Que as amigas condenam mais se você não é do tipo “que depila tudo” do que os homens. É como um atestado de “não sou tão liberada sexualmente quanto a Revista Nova acha que eu deveria” que as amigas não podem suportar. Sabe o que é insuportável também? Dor de cera quente puxando pelos em regiões delicadas.
– Tirar a cutícula: tem um tutorial massa aqui de como parar de abrir essa porta de infecções pro mundo na ponta dos seus dedos. Fora que uma atividade que quase sempre arranca pedacinhos e solta sangue não pode ser legal.
– Pintar o cabelo ou fazer progressiva: olha, não é porque a cabeleireira tem contas a pagar que ela precisa te convencer que “mudar o visual vai mudar sua vida”. Se você se curte do seu jeitinho, pra que mexer? E luzes detonam seu cabelo mais do que dão luz a sua imagem.
– Idolatrar Sex & The City ou Gossip Girl: ai, que mulher não ama essas séries maravilhosas? Eu.
Cheguei a assistir Gossip um tempo, mas sempre odiei Sex & The City. Me parecem séries sobre mulheres irreais, que passam o dia tentando fazer academia/ter carreira de sucesso/fisgar um homem pra copular e que ganham o suficiente pra entupir seus guarda roupas de coisas que elas não precisam. Quem compra demais é geralmente frustrada e pra mulher que fala tanto de homem o dia inteiro, eu recomendo a Porta dos desesperados. Gente, o mundo num gira em torno de marcas e sexo – existem dramas mais profundos.
– Usar lingerie sexy o tempo inteiro: gente, desconforto. Apenas desconforto.
– Seguir a última tendência: não gaste todo seu dinheiro em algo que você não precisava até ontem, mas as revistas disseram que não pode viver sem. Uma vez, eu comprei dois jeans flare porque todo mundo falava deles e simplesmente não tem nada a ver com meu estilo. Dinheiro jogado no lixo, obrigada, blogs de moda.
– Ter todas as cores de esmalte do mundo: você compra as coleções completas, mas só usa os tons de vermelho. Você não precisa de todos os vermelhos que os olhos humanos conseguem enxergar pra isso – só de um preferido. Não importa o que os blogs te digam.
– Fazer delineado gatinha: sim, é lindo. Mas é a forma mais comum de sair do comum que existe. Se você gosta de delineado de outra forma, não precisa sair igual toda blogueira de moda (também válido pra coque alto e gordo no cocuruto).
– Usar batom vermelho: você gosta de malva? Usa malva, ué. Vermelho é só a milésima forma comum de sair do comum, de novo. Todo mundo usa e tem e você não precisa se não se sente bem. Ousadia mesmo hoje em dia é batom azul no máximo.
– Idolatar makes da MAC ou gadgets da Apple: se você gosta mais de Ilamasqua, de Chanel ou de Avon e se dá bem com seu Windows Phone ou se comunicando por sinais de fumaça que seja… Bem, ninguém pode te obrigar a ser cool e diferenciada igual a todo mundo.
– Fingir que ama sapatos tortuosos: “aí fico mais feminina e sensual, risos”. Sim, lordose e joanete são uma dupla sexy.
– Usar comprimento mini: ai, hoje em dia pode sair assim, ninguém pode te julgar. Pois é, o inverno pode, o ventinho pode, a sua falta de conforto pode… Se você gosta de maxi, de midi, de sair pelada dançando cara, caramba, cara, caraô, talvez você não precise ser igual todo mundo na fila do pão mas só igual a quem você quer ser.
– Gostar de paetês: somos todos gaivotas pra atacar brilho? Não, você não tem obrigação de achar algo bonito só porque foi bordado a mão com lantejoula de escola infantil.
– Gastar os tubos em acessórios: se você tem dois colares que gosta de usar sempre, um par de anel bem lindo ou uma pulseira que ama, não, você não precisa comprar mais só porque o caveirismo virou lacismo que virou coraçãozismo. E se você não gostar mesmo de usar tudo isso, muito menos.
– Não comer carboidratos: carboidratos te dão energia pra pensar. Se você corta eles, vai ficar burra e inútil. E te juro, seduzir pessoas que te curtem com um corpo sexy aliado a um cérebro lento não me parece tão vantajoso assim. Olha, essa história de que eles emagrecem, bem, emagrecem. Da forma menos saudável possível. Não precisa se entupir, mas se der vontade, coma, oras!
– Não comer doces: a vida é curta demais pra você encher o saco de todo mundo que quer ir na sorveteria porque tá de dieta.
– Amar cupcakes e cakepops: eles são gostosos, mas eu prefiro brigadeiro. É mais simples, mais gostoso, mais fácil de fazer e não foi inventado só pra decorar mesas de festinhas de crianças americanas.
– Ter filhos. Ou animais de estimação: se eles não são a realização pra você, se você quer poder viajar despreocupada ou não se sente confortável em fazer outra vida depender de você – bem, não o faça. Você não é o Grinch por isso, a não ser que comece a chutar os cachorrinhos e bebês na rua.
– Ter uma super carreira de sucesso: isso requer tempo, dedicação e, bem… talvez, você só queira ser dona de casa e ter um time de futebol de crianças. Talvez você só queira ir pro trabalho, ganhar seu salário e sentir palpitações de excitação quando viaja, come um cheesecake ou beija seu namorado. E reuniões são chatas, você não precisa amá-las e estar sempre produtiva, radiante e bem penteada. Você pode só estar e fazer seu trabalho – e isso é ok.
– Viajar pra compras: o mundo tem um milhão de lugares legais pra conhecer que não são points de compras com lojas imensas da Vitoria’s Secrets. E é mais fácil mochilar sem peso, sabe? Às vezes pode ser uma boa gastar seu tempo e dinheiro sendo e conhecendo em vez de tendo.
– Amar museus: talvez você goste de visitar parques. Ou de conhecer o modo de vida das pessoas locais. Ou de andar sem rumo nas ruas de uma nova cidade. Ou de comprar presentes locais pra família inteira. Ou só pra você. Então não entre nas filas pra ver obras de arte atrás de um grupo de pessoas que fotografa loucamente.
– Tirar fotos do seu look do dia: Sendo blogueira ou não, você pode falar de roupas, moda e o que quiser sem precisar expor todo santo dia com qual roupa você foi no dentista ou comprar pão. Se você não tá confortável, qual o problema?
…
Vocês concordam com essa lista? Queriam adicionar outros ítens? Digam aí o que vocês não aguentam mais ter obrigação de gostar ou querer pra vida de vocês!