Atualize seus favoritos: agora o blog é .com.br

Bonitos, tenho duas novidades: a primeira é que o Deborices já tem um fanpage bem bonita. É só clicar aqui e curtir.

A outra novidade é que o blog agora é .com.br. Então atualizem seus favoritos porque essa é a última atualização que vocês vêem por aqui!

A partir de hoje, todo mundo partiu pro www.deborices.com.br, ok?

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O consumismo que a gente escolhe

Uma coisa que minha sogra sempre diz é que quem consome muito o tempo todo é frustrado e está tentando acalmar essa frustração. Parece verídico, né mesmo? A gente não se sente feliz com o que tem e fica procurando um não sei o quê que faz a maior falta. Mas uma coisa que eu aprendi é que ser assim é questão de escolha. Eu, por exemplo, escolhi parar.

Explico: eu estava em um emprego bacana, ganhando bem o suficiente pra manter meus “luxinhos”. Comia fora umas três vezes por semana, comprava roupa ou maquiagem nova umas duas. Nunca fui de comprar coisas caras, sempre fui fã de uma boa pechincha e um brechózinho. Mas em quantidade o barato sai caro também e a verdade é que meu dinheiro ia pra um buraco sem fundo.

Quando saí desse emprego, aproveitei o tempo pra me questionar onde esse consumismo estava me levando. Descobri que minhas contas eram, ahm, maiores do que eu poderia pagar com o que ganhava (quem nunca?). E sabe qual minha maior justificativa pra fazê-las? Uma coisa que eu achava que era amor próprio, mas era só pena de mim mesma.

Veja se você reconhece essa frase “Eu trabalho tanto, me dedico tanto, que se nem esse par de botas/casaquinho/batonzinho/sorvetinho eu puder comprar, não vale a pena”. Reconheceu, né? Você é a autora dela, diz isso pra si mesma cada vez que fica triste com seu ritmo de vida. Só que é essa frase que me levava a comprar batonzinhos mil e nunca ter dinheiro pra investir num carro, na entrada de um apê, numa viagem bacana… E pra pagar eu sacrificava os jantares com o noivo em casa, um bom livro ou tempo pra almoçar (sem cansaço) com a família no domingo.

Eu tenho uma teoria sobre isso: somos filhos de baby boomers, aquela geração que trabalhava pra caramba (incluindo mamães) e que voltava pra casa com presentes pra gente pra compensar. Então a gente aprendeu que tá tudo ok se presentear. O que ninguém para pra pensar é no quão burro isso é: a gente se mata pra ganhar mais dinheiro e gasta mais pra não se sentir perdendo algo com isso.

Esse mal é especialmente tortuoso pra mulheres: os filmes, revistas e séries dizem que a gente tem que ser independente e ter uma carreira de sucesso e trabalhar mil horas semanais. E que depois a gente tem que pegar esse dinheiro e gastar todo em creme pra cabelo porque não adianta nada ser independente se você não é bonita, feminina e chiquérrima e fina. Você só pode ser feliz com os sapatos certos.

[Pra mim, isso não é liberdade, é transferência de propriedade. Antigamente, nossos donos eram nossos pais e maridos – que podiam ser uns trogloditas mas tinham alguma ligação emocional conosco. Hoje, são os detentores do capital, os nossos chefes que dominam nosso tempo e os produtores de sapatos que dominam nosso dinheiro. Não, eu não sou contra o feminismo – sou a favor de mulheres independentes de verdade. Felizes com o que produzem e com o que compram e com o que investem seu tempo. Mas isso fica pra outro post ;).]

Agora me conta aqui: não daria na mesma diminuir a velocidade, optar por salários mais baixos, mas felicidade de verdade? Por menos consumo e mais vida real?

Eu resolvi trabalhar em casa. Não tenho tanto volume de serviço como tinha na agência, nem tanto dinheiro. Mas tenho muito, muito tempo pra mim. Eu consigo cozinhar minhas próprias refeições, cuidar da minha própria casa e manter minha vida num bom curso. Eu tenho tempo pra ir ao médico quando preciso, pra ir a um banco, pra ir a feira e ao mercado no dia de oferta. Eu tenho tempo de curtir minha família, de ler um livro e assistir filmes legais. E isso me preenche de forma tão completa que parece até piegas dizer.

A maior dificuldade que achei que ia sentir era a de ir a um shopping e não comprar tudo que eu gostasse. Mas eu fiquei mais crítica e, muitas vezes, saio às compras e volto de mãos abanando. Agora, eu sei que só mereço o melhor. Então, se o preço não vale a pena, a costura não é ótima, a cor não combina, o caimento não me favorece… Hmmm, tchau! Não vou comprar, não!

No último quinto dia útil eu cortei caminho pelo Shopping Mueller (coisa que faço sempre, moro super perto) e percebi uma movimentação incomum: era o quinto dia útil e semana de liquidação – as pessoas estavam desesperadas pra comprar. Não sabiam nem o que, nem o porquê sairam de casa, mas queriam comprar, comprar, comprar e comprar mais um pouco. Eu achei estranho aquilo, vim pra casa e, enquanto fazia um bolo, percebi que eu era parte dessa massa há 3 quintos dias úteis atrás.

Eu não preciso mais tapar buracos e acho que isso é só o que eu busquei a vida toda. Mas, sabem, eu só consegui quando entendi o porquê ia parar de consumir. Meu objetivo maior era viver bem com minha família e ter paz de espírito – a forma que consegui isso foi diminuindo o ritmo de trabalho e trocando dinheiro por tempo. Pode ser que o que você queira seja fazer uma viagem incrível e conhecer outro país. Ou pode ser que seja comprar seu carrinho e ser mais independente com isso. Ou pode ser que seja trocar de carreira, começar do zero e finalmente fazer o que você gosta.

Não importa o que seja que te move, você precisa descobrir. Porque quando você descobre, não tem mais buraco pra tapar, sabe? Você tá completa. Eu acho que o principal sobre isso é que não devemos ir nem tanto ao mar nem tanto a terra muito menos julgar a escolha alheia: pode ser que você descubra que gosta muito do seu trabalho e que ele te preenche e você não precisa gastar cada níquel em presentes pra si mesma – e isso é ok. Ou pode ser que descubra (como eu) que quer fazer uma parceria com o seu marido, ficar em casa cuidando das coisas e trabalhando menos e ter mais tempo pra sua família. Isso também é ok. Pode ser que você descubra que quer viajar o mundo vendendo velas aromáticas – o que também é ok. Entenderam? Toda forma de vida que te preenche e realiza é ok.

O que não é ok, o que a gente tem que parar de achar normal é essa busca por se recompensar com presentes que não precisamos. Você pode repetir roupa, gata. O que você não pode é continuar infeliz e frustrada.

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Chocolate quente com conhaque – hmmmm!

O inverno chegou de vez, bonitas! Agora num dá mais pra fugir do friozinho – vamos todas virar pinguins. Mas, olha só, vocês tem sorte: vocês tem a Debs pra trazer uma receita feliz e gostosinha pro inverno ficar mais quentinho.

Essa aqui é de família, hein: o noivinho (#chumbreguices) fazia pra mim nos dias frios lá no começo do namoro.

[Daí eu cometi a besteira de pedir a receita e ele nunca mais fez. Aprendam essa dica pra vida, meninas: quando seu amorzim faz algo gostoso pra te mimar nunca peça a receita.]

Já que ele tinha jogado a receita na hands mesmo, que mal tem deixar mais gorda, né? Pesquisei e descobri que leite condensado enriquece o drink e já dei meu toque de felicidade pra coisa toda. Quer fazer igual? Anota aí:

Receita de Chocolate Quente do Amor (by Malk, com xablau especial da Debs):

Ingredientes

  •  1/2 caneca de chocholate meio amargo ralado ou de xarope de chocolate
  • 1 + 1/2 caneca de leite
  • 1/2 lata de leite condensado
  • 1/2 lata de creme de leite
  • 1 dose de conhaque

Modo de preparo

Ferva o leite em fogo baixo, acrescentando o chocolate ralado e mexendo delicadamente. Quando o chocolate se misturar ao leite, acrescente o leite condensado e o creme de leite, sem parar de mexer. Assim que levantar fervura, adicione a dose de conhaque, mexa bem e sirva na caneca.

Eu sempre acrescento chantilli e polvilho com canela pra deixar tudo com cara de coisa bonita!

E aí, deu pra esquentar? Então abraça seu amorzinho embaixo da coberta, solta play num filme bem jacu e aproveita esse inverno, bonita!

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Flores pra decorar

Desde que eu e meu noivo nos mudamos pra nossa humilde residência que eu tenho essa obsessão por flores. Parece que minha casa num tem graça sem elas, sabe? Fica tudo com uma carinha #chatiada mesmo.

Não que eu seja a jardinista, mas sempre compro um vasinho de flor aqui, apanho uma flor acolá… E assim a sala vai ganhando vida.  Eu sempre estou atrás de inspirações floridas pra decorar. Como essas aqui:

Pesquisando direitinho, existem infinitas formas de dispor as flores. Só aqui em casa, eu tenho: vasinhos de lata pintada comprados em lojinhas chinesas, garrafas bonitas de cerveja gourmet com flores solitárias, um vaso branco grande bem rococó que veio da casa da minha avó, um vaso grande de barro com flores maiores… mil e uma ideias!

Eu acho que quanto mais criativa a disposição das flores numa decoração, mais eu me sinto aconchegada naquele lugar. É como se a pessoa que colocou a flor ali pensasse “como eu vou dar um toque de alegria pro dia de quem passar por aqui?” – um carinho que a gente sente só de olhar!

Agora, se vocês são como eu, meio estabanadinhas, devem achar o maior pepino cuidar de vasos ou hortas, né? Eu acho, parece que nada sobrevive às minhas mãozinhas. Por isso mesmo, fui obrigada a aprender algumas coisas sobre casas floridas.

O primeiro truque é não comprar uma flor sem pesquisar sobre os cuidados. Meu apartamento pega pouco sol e é muito gelado, então flores de verão, por exemplo, não rolam aqui. Pelo que minha amiga Rô me contou, o que eu preciso são Begônias.

Também é válido prestar muita atenção no quanto de água que a flor precisa. Muita água e pouca água dão na mesma, sabia? A florzinha morre e não tem como recuperar.

Tem mais: flores trazem perfume e o perfume nem sempre é boa ideia. É claro que uma casa com perfume de rosas é um sonho, mas preste atenção às suas alergias. Ah! Tem outra coisa: o perfume nem sempre é bom! O lírio chiclete é um belo exemplo disso: ele é lindo, mas o cheirinho não é de primavera feliz, não…

Por último, um trucão master pra quem gosta de grandes arranjos: sabe quando você vai arrumar flores soltas no vaso e, opa, elas ficam desmilinguidas, caindo pro lado, sem “encher o espaço”? Olha só a solução:

como fazer arranjos grandes

Ah, que demais, hein?! Pra salvar na pastinha de inspirações e nunca mais esquecer dessa dica!

E vocês, gostam de manter flores em casa? Tem algum trucão pras meninas durarem mais? Gostam mais de alguma flor específica?

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Saia plissada e saia de couro na liquidação C&A

Gente, que milagre! Fazia tempo que não encontrava coisas bonitas e compráveis e, de repente, duas na semana. Os ventos estão favoráveis!

Ontem dei uma passadinha na C&A do Shopping Mueller pra conferir a liquidação e me surpreendi. Achei que tá tudo tão bacana – roupas bonitinhas e com preços razoáveis do jeito que tem que ser.

Levei coisinhas pra casa:

não, eu não tenho só esse cardigã e uso ele todos os dias – é o mesmo dia do post de ontem, haha

A primeira saia é de couro fake, uma graça. Ela tava R$ 29,90 e eu já tinha visto no Futilish da Cony, por R$ 79,90 antes de ser remarcada.

A outra saia plissadinha estava por R$ 19,90 e eu provei mais por desencargo de consciência, já que essas saias plissadinhas costumam ficar horrendas no meu gigantesco derriére. A surpresa do dia foi o caimento perfeito. Com esse preço, vale a atenção, né?

Eu ando bem controlada com compras. Pra falar a verdade, fazia tempo que não encontrava nada que realmente quisesse comprar – quase 2 meses que não sentia vontade. Acho que anda tudo tão feio, mal acabado e descartável (ou muito, muito caro) que realmente num rola uma euforia. Não que isso seja ruim – realmente acho que comprar demais é uma forma de encobrir frustrações e que a gente não precisa de tudo isso. Sou mais feliz sendo exigente do que descontrolada. Sou só eu que me sinto assim?

Essa semana, por coincidência, fiz compras em duas fast fashions gastando menos de R$ 120 e levando 4 peças pra casa. Isso é mais do que o triplo do que gastei em roupas nos últimos 2 meses juntos. Acho que é o sabor da vitória e cura do meu consumismo aliado a prova de que procurando bem a gente ainda acha lugares pra comprar roupas bonitas por preços legais. Aliás, se você não viu o outro post de compras, corre aqui.

Vocês tem dicas de pechinchas bacanas pra compartilhar por aqui? Se vocês acharem legal, podem me enviar e eu publico!

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Make de bonita

Esses dias uma pessoa me reclamou que eu nunca mostro maquiagem. Eu sou mais das modas do que dos makes mesmo, mas isso não me impede de dar minhas pavoneadas por aí, né? Geralmente, eu uso o mesmo make todo o dia que é basicamente esse:

Nessa exata foto, o delineador é o em gel da Boticário da última coleção. Eu achei bem chuchu, não senti diferença do Fluidline MAC, exceto pelo tiquinho que vem no pote. Mas, como rende pra caramba, isso nem chega a ser um defeito.

O batom é o Lady Danger da MAC. Eu costumo alternar entre ele e o Ruby Woo da mesma marca. Quando canso muito de batons vermelhos (nunca) uso um nude do Boticário ou um salmãozinho de alguma marca qualquer.

A máscara acho que é a Magnify da Avon. Eu não ligo muito pra máscara porque tenho cílios grandes, uso a que tiver na mão, geralmente Avon porque é uma marca boa e barata.

Se vocês tiverem curiosidade sobre a base (eu já digo que acho isso bobeira porque cada uma sabe da sua pele) a minha é a Diorskin Forever. Ela fica bem pesada, então uso só uma gotinha pra todo o rosto e às vezes diluo em água termal pra dar um xablau mais leve. Alterno minhas bases entre essa e a Intense Mate do Boticário, mas, como o Botica resolveu me magoar e tirar de linha, to sofrendo e de mal.

E blush, eu costumo usar um bronzer qualquer. Esse é o Pérolas de Efeito Bronzeado da Avon, que a Sabrina já resenhou com mais propriedade.

Ufa, hoje eu to falando pra caramba, né? Gostaram do make? Quero saber o que vocês acham de posts sobre o tema porque eu não entendo muito mas gosto de dar meus pulos.

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Look do dia: bermudinha menta e listras irregulares

Bora espiar meu luqui du diã? Assim como disse no meu post anterior, o veranico continua reinando em Curitiba. Hora de estreiar a bermudinha de cintura alta que Sheilloca me deu de presente:

Fofura de bermudinha, né? Eu combinei ela com o cardigã de listras irregulares da Sul Center desse post aqui, Molecas floridas bem delicadas, uma blusinha básica da C&A e um cinto pink da 284 que uso pra caramba.

Aliás, falando em Moleca, esses dias a marca me mandou 3 pares da coleção de verão de presente pra eu montar looks pra estação. Eu sou apaixonada por flats e sapatilhas, tenho váaarias, e acho as da Moleca super confortáveis e engraçadinhas. Olha os pares que eu ganhei:

Os looks que eu montei estão na revista da Moleca desse mês, mas eu ainda não vi. Se alguém encontrar por aí, fotografa e me manda?

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Pelo meu direito de ser (levemente) indecente

A moda vive exaltando os comprimentos mini – é só você ver alguns blogs que já vai perceber o quanto blogueiras valorizam esses tamanhicos de roupa. Só que normalmente são meninas muito magras, tipo europeu de corpo, com pernas fininhas e pouco seio.

Eu sou brasileira com mistura de italianos e negros na linhagem genética, o que me faz a little bit coxuda mesmo que eu esteja passando fome no Saara. Isso significa que mesmo que eu use um comprimento mini não tão mini, em mim sempre ficará meio exuberante. Like a potranca do funk.

Eu moro em Curitiba, uma capital meio recatada (pra não dizer uma província com sedes administrativas), e sofro um pouco. Curitiba é conhecida por ser gelada, mas quando aqui faz calor, meu amigo, é quente! Isso porque a cidade é muito úmida e a gente fica cozinhandinho como numa panela de pressão.

Ontem foi um desses dias em que, depois de muito frio, o sol saiu pra fritar a gente. Eu ia a pé ao centro (moro bem pertinho) e ter aulas de direção exposta ao sol, então resolvi colocar um vestidinho. Aqui em Curitiba todo mundo é educada pra não usar vestido nunca porque tá frio sempre no imaginário curitibano e se você quer mostrar as pernas na terra do inverno eterno, você deve ser piriguete.

era algo muito parecido com isso, mas sem o cachecol estúpido e com coxas reais dentro

Então eu caminhei com meu vestido envelope de comprimento no meio da coxa e decote v e me senti basicamente um frango assado caminhando no meio de um canil. Os olhares dos homens não eram tipo “nossa, moça, você está bonita hoje”, eram “NOSSA NOASJAKJ NUNCA VI MULHER NA VIDA JDAIDF” *baba e emite sons grotescos*. Houve um senhor com idade pra ser meu vô que me incomodou especialmente. Eu acho meio doentio quando um homem com idade pra ser meu vô me olha como se eu fosse um pedaço de carne porque, sabe, se ele acha que eu sou atacável pode ser que ataque as netinhas também.

Chegou um ponto da caminhada em que eu me senti culpada, muito culpada, e só queria voltar pra casa e me esconder e chorar. Eu senti medo porque poderia ser atacada a qualquer momento e me senti exposta. Eu comecei a pensar que eu era realmente culpada porque onde já se viu escolher aquela roupa, era óbvio que ia dar caca, que tipo de mulher eu sou?

Houve outro ponto em que percebi que as outras mulheres me olhavam com reprovação, como se eu estivesse ofendendo o universo delas e maculando toda a vida da cidade.

Lembrando que eu não fiz absolutamente nada de errado pra ninguém além de passar na frente delas com meu vestido que nem era tão curto. Eu nem conhecia aquelas pessoas que me julgaram ontem como se soubessem tudo de mim. E que meu vestido, na verdade, nem era tão curto assim.

Eu acho tudo isso muito curioso, sabe? Eu sou uma eterna nerd, que fez parte da seleção de xadrez do colégio. Eu sou uma dona de casa em uma relação monogâmica e estável com um respeitável Sr. Bancário. Eu lavo minha própria louça e roupa, pago minhas contas e realmente não lembro de ter traído meu noivo ou exposto nossa família a qualquer situação moral vexatória que sequer justifique levemente isso. E até pensar tudo isso é errado porque eu acho que eu poderia ser a perfect slut e ainda caminhar sem sentir culpa quando eu saísse pra fazer aulas de direção, ir até o mercado e olhar uma lojinha chinesa ou o que quer que fosse. Eu não estava ferindo o direito de ninguém.

Esses dias, eu vi esse vídeo aqui na timeline de várias amigas feministas e ontem lembrei dele.

Tem gente que acha que olhar, parar e mexer com você não arranca pedaço, mas fere a alma e te expõe ao ridículo sem você merecer.

Sabe, eu não tenho culpa alguma de ter nascido com coxas com mais de sessenta centímetros. Eu sinto calor e não, eu não vou me condenar a um jeans trancado que eu não gosto pra agradar a população. Eu tenho que respeitar meu corpo. E, naquele momento, meu corpo sentia calor.

Eu chego a pensar em me mudar dessa cidade nessas horas porque, francamente, que cantinho do mundo mais hipócrita onde uma mulher não pode usar uma saia sem provocar reações primitivas da sociedade.

Perguntei pra uma amiga ontem se minha roupa tava muito indecente. Ela disse que não tava, mas que não tinha coragem de sair de saia em Curitiba se não tivesse tipo 40º. Dai ela parou pra pensar e falou “o gozado é que eu sairia de saia em outra cidade com essa temperatura”.

O frio está nos olhos de quem vê. No fundo, ele só não passa de puro preconceito contra uma peça de roupas.

Nessas horas, eu sinto saudades de morar em São Paulo. Pode ter tudo que é problema naquela cidade, mas sempre que eu chego lá e vejo meninas de bermuda andando por aí sem serem condenadas a 50 chibatadas… Ai, que inveja!

PS: eu pensei se cabia publicar essa revolta aqui. Mas é um blog de Deborices, não é? E me questionar por que algumas coisas são assim só pra mulheres é uma Deborice constante também.

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Empório Coralina e coisas fofas dessa vida

Hoje fui dar umas bandinhas com Sheilloca, essa fofa, e passamos por uma liquidação da L’occitane que me fez lembrar de algo que planejo há algum tempo: comprar coisinhas assim, bonitinhas e cheirosas, pra ter um estoque pra aqueles aniversários que aparecem quando a gente não tem tempo de comprar um mimo.

Mas eu não queria algo da L’occitane porque, sabe, é muito mainstream (sou dessas). Pelo mesmo motivo, não queria copiar minha mamis (que acumula Natura). Essas são marcas que as pessoas costumam comprar pra si mesmas e quando eu presenteio alguém quero algo especial.

A Letícia, meu chuchu na vida, tem essa teoria de que presente tem que ser sempre algo que a pessoa não compraria pra si mesma e arrancará um sorriso de fofura quando ela ganhar. Eu concordo e o fato é que quando encontrei o Empório Coralina me pareceu uma loja toda só de coisas encantadoras que seguem esse conceito:

Tudo muito gracinha, né? O engraçado é que eu curti a fanpage da marca numa promo de outro blog faz um tempo e nunca tinha dado bola pra ela, até postarem hoje um kit com coraçõezinhos que era bem o que eu procurava pra presentear uma amiga toda fofinha.

O problema é que esse post não é um publi e eu nunca comprei nada na Empório Coralina  pra dizer pra vocês “se joguem com força”. Alguém aí já comprou? É bom mesmo? Posso encher meu carrinho com os corações da minha amiga (Psssiu, é surpresa) e mais meu mini estoquinho? Ou vocês recomendam outras lojas nesse estilo fofura extrema?

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Todas as coisas que você não precisa fazer só porque é mulher

Esses dias a Flávia compartilhou no Facebook um link pra uma lista de coisas que você não precisa fazer. Essa lista envolvia todas aquelas coisas que parece que a gente tem obrigação de achar o máximo só porque o resto da sociedade acha – como yoga, refrigerantes diet e drinks com leite condensado.

Por nós sermos mulheres, tem mil atitudes que a sociedade espera, que os blogs de moda dizem que são legais e que a gente acaba fingindo que curte mesmo sem pensar se gosta tanto assim. Dúvida? Eu fiz uma lista de coisas que talvez você nunca tenha pensado se gosta, quer ou precisa mesmo.

– Querer emagrecer: parece que não é aceitável se não quiser emagrecer uns quilinhos ou não estiver fazendo uma dieta incrível . Olha, amiga, se você gosta do que vê no espelho, se você não tem problemas de saúde com sua alimentação… Não precisa fazer a louca que ama comer chuchu e a aula de jump. Fica de boa, comendo o que você gosta e gastando seu tempo com o que você ama.

– Fazer a ginástica da moda: esse mês é circo-aeróbica, mês que vem é yoga politântrica, no outro é pilates sueco… Olha, se você encontrou uma atividade física que ama, faz ela. Se não, procure outra. Ou não procure, você não é obrigada. E não é porque todo mundo disse que se encontrou durante a posição Ragatanga transversal em lótus que você tem que agir como se estivesse perdida.

– Se depilar inteira: ai você é brasileira, so do the brazilian wax! Não, amiga, cê num é obrigada. Isso dói, pode queimar e ainda causa estrias. E, olha, tem que ser muito babaca pra te rejeitar por isso. E sabe o que eu descobri na vida? Que as amigas condenam mais se você não é do tipo “que depila tudo” do que os homens. É como um atestado de “não sou tão liberada sexualmente quanto a Revista Nova acha que eu deveria” que as amigas não podem suportar. Sabe o que é insuportável também? Dor de cera quente puxando pelos em regiões delicadas.

– Tirar a cutícula: tem um tutorial massa aqui de como parar de abrir essa porta de infecções pro mundo na ponta dos seus dedos. Fora que uma atividade que quase sempre arranca pedacinhos e solta sangue não pode ser legal.

– Pintar o cabelo ou fazer progressiva: olha, não é porque a cabeleireira tem contas a pagar que ela precisa te convencer que “mudar o visual vai mudar sua vida”. Se você se curte do seu jeitinho, pra que mexer? E luzes detonam seu cabelo mais do que dão luz a sua imagem.

– Idolatrar Sex & The City ou Gossip Girl: ai, que mulher não ama essas séries maravilhosas? Eu.
Cheguei a assistir Gossip um tempo, mas sempre odiei Sex & The City. Me parecem séries sobre mulheres irreais, que passam o dia tentando fazer academia/ter carreira de sucesso/fisgar um homem pra copular e que ganham o suficiente pra entupir seus guarda roupas de coisas que elas não precisam. Quem compra demais é geralmente frustrada e pra mulher que fala tanto de homem o dia inteiro, eu recomendo a Porta dos desesperados. Gente, o mundo num gira em torno de marcas e sexo – existem dramas mais profundos.

– Usar lingerie sexy o tempo inteiro: gente, desconforto. Apenas desconforto.

– Seguir a última tendência: não gaste todo seu dinheiro em algo que você não precisava até ontem, mas as revistas disseram que não pode viver sem. Uma vez, eu comprei dois jeans flare porque todo mundo falava deles e simplesmente não tem nada a ver com meu estilo. Dinheiro jogado no lixo, obrigada, blogs de moda.

– Ter todas as cores de esmalte do mundo: você compra as coleções completas, mas só usa os tons de vermelho. Você não precisa de todos os vermelhos que os olhos humanos conseguem enxergar pra isso – só de um preferido. Não importa o que os blogs te digam.

– Fazer delineado gatinha: sim, é lindo. Mas é a forma mais comum de sair do comum que existe. Se você gosta de delineado de outra forma, não precisa sair igual toda blogueira de moda (também válido pra coque alto e gordo no cocuruto).

– Usar batom vermelho: você gosta de malva? Usa malva, ué. Vermelho é só a milésima forma comum de sair do comum, de novo. Todo mundo usa e tem e você não precisa se não se sente bem. Ousadia mesmo hoje em dia é batom azul no máximo.

– Idolatar makes da MAC ou gadgets da Apple: se você gosta mais de Ilamasqua, de Chanel ou de Avon e se dá bem com seu Windows Phone ou se comunicando por sinais de fumaça que seja… Bem, ninguém pode te obrigar a ser cool e diferenciada igual a todo mundo.

– Fingir que ama sapatos tortuosos: “aí fico mais feminina e sensual, risos”. Sim, lordose e joanete são uma dupla sexy.

– Usar comprimento mini: ai, hoje em dia pode sair assim, ninguém pode te julgar. Pois é, o inverno pode, o ventinho pode, a sua falta de conforto pode… Se você gosta de maxi, de midi, de sair pelada dançando cara, caramba, cara, caraô, talvez você não precise ser igual todo mundo na fila do pão mas só igual a quem você quer ser.

– Gostar de paetês: somos todos gaivotas pra atacar brilho? Não, você não tem obrigação de achar algo bonito só porque foi bordado a mão com lantejoula de escola infantil.

– Gastar os tubos em acessórios: se você tem dois colares que gosta de usar sempre, um par de anel bem lindo ou uma pulseira que ama, não, você não precisa comprar mais só porque o caveirismo virou lacismo que virou coraçãozismo. E se você não gostar mesmo de usar tudo isso, muito menos.

– Não comer carboidratos: carboidratos te dão energia pra pensar. Se você corta eles, vai ficar burra e inútil. E te juro, seduzir pessoas que te curtem com um corpo sexy aliado a um cérebro lento não me parece tão vantajoso assim. Olha, essa história de que eles emagrecem, bem, emagrecem. Da forma menos saudável possível. Não precisa se entupir, mas se der vontade, coma, oras!

– Não comer doces: a vida é curta demais pra você encher o saco de todo mundo que quer ir na sorveteria porque tá de dieta.

– Amar cupcakes e cakepops: eles são gostosos, mas eu prefiro brigadeiro. É mais simples, mais gostoso, mais fácil de fazer e não foi inventado só pra decorar mesas de festinhas de crianças americanas.

– Ter filhos. Ou animais de estimação: se eles não são a realização pra você, se você quer poder viajar despreocupada ou não se sente confortável em fazer outra vida depender de você – bem, não o faça. Você não é o Grinch por isso, a não ser que comece a chutar os cachorrinhos e bebês na rua.

– Ter uma super carreira de sucesso: isso requer tempo, dedicação e, bem… talvez, você só queira ser dona de casa e ter um time de futebol de crianças. Talvez você só queira ir pro trabalho, ganhar seu salário e sentir palpitações de excitação quando viaja, come um cheesecake ou beija seu namorado. E reuniões são chatas, você não precisa amá-las e estar sempre produtiva, radiante e bem penteada. Você pode só estar e fazer seu trabalho – e isso é ok.

– Viajar pra compras: o mundo tem um milhão de lugares legais pra conhecer que não são points de compras com lojas imensas da Vitoria’s Secrets. E é mais fácil mochilar sem peso, sabe? Às vezes pode ser uma boa gastar seu tempo e dinheiro sendo e conhecendo em vez de tendo.

– Amar museus: talvez você goste de visitar parques. Ou de conhecer o modo de vida das pessoas locais. Ou de andar sem rumo nas ruas de uma nova cidade. Ou de comprar presentes locais pra família inteira. Ou só pra você. Então não entre nas filas pra ver obras de arte atrás de um grupo de pessoas que fotografa loucamente.

– Tirar fotos do seu look do dia: Sendo blogueira ou não, você pode falar de roupas, moda e o que quiser sem precisar expor todo santo dia com qual roupa você foi no dentista ou comprar pão. Se você não tá confortável, qual o problema?

Vocês concordam com essa lista? Queriam adicionar outros ítens? Digam aí o que vocês não aguentam mais ter obrigação de gostar ou querer pra vida de vocês!

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